UM POUCO DE HISTÓRIA

Cinto de castidade

A origem

Provavelmente foi na Europa da Idade Média onde se tem notícia que surgiram os primeiros modelos de cintos de castidade femininos, possivelmente na Itália, na cidade de Carrara, há aproximadamente seiscentos anos atrás e depois na França, Inglaterra e até na Península Ibérica. Há alguns registros de uso de dispositivos de castidade no Japão e Índia feitos de cordas e complexas amarrações. Não há registros de cintos masculinos naquela época, apenas existiam modelos femininos, sempre usados como forma severa de opressão sexual contra atos de traição a seus cônjuges.


A submissão feminina ao cinto não era sempre consensual e havia um viés religioso intrínseco ao uso do aparato. O seu uso era compulsório, bastante desagradável e degradante à mulher, porém era justificado como forma de dominação, mortificação ou para evitar infidelidades, estupros ou o conceito cristão de "pecado da carne" e a "queda ao inferno".  A mulher escondia o cinto de castidade da sociedade da época por debaixo das volumosas saias e vestimentas para evitar embaraço ou zombaria.

Possivelmente, durante a Inquisição, no tempo das Cruzadas e na época das Grandes Navegações, como os homens costumavam se ausentar por meses, anos ou até mesmo por décadas, cuidando de diversos interesses pessoais, religiosos ou do Estado, muitos deixavam as suas esposas, concubinas, filhas ou prometidas desprotegidas, sozinhas e disponíveis ao chamado "pecado" (um conceito cristão de transgressão às severas leis impostas pela Igreja) ou a outros pretendentes. A invenção do cinto de castidade feminino representava uma possibilidade de controle à distância e garantia de posse, em uma sociedade bastante primitiva nas questões das liberdades individuais e direitos da mulher e do homem.

Além de garantir a "virgindade" de forma cruel, o uso do cinto pretensamente "evitava" a disseminação de doenças venéreas, gravidez,estupro e a masturbação. Provavelmente o uso do cinto de castidade também se tornou uma forma de castigo, uma punição para mulheres adúlteras, excessivamente libidinosas ou por pura crueldade ou até por sadismo pervertido. De qualquer forma o uso de cintos foi aceito socialmente como uma forma de controle feminino, com aval religioso e aceitação em conventos, mosteiros e outras instituições religiosas e sociais.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinto_de_castidade> Acesso em: 24/01/2014


O uso atual

A utilização atual do cinto de castidade se tornou um ato consciente e opcional (consensual) e pode estar intimamente relacionado com algumas práticas fetichistas, inclusive com o BDSM, porém, não exclusivamente, porque pode ser uma opção de um casal interessado em banir definitivamente a possibilidade da traição masculina ou evitar a masturbação por inúmeros motivos. De qualquer forma, não há qualquer viés violento, religioso ou virtude implícita em seu uso atual.


Nas práticas BDSM, o cinto de castidade é usado como forma de controle, permitindo ao proprietário a manipulação do prazer da escrava. Impedida de se tocar, sem ter como se auto estimular, a escrava se torna dependente física e psicológica do dono, buscando formas alternativas para obter prazer e ressaltando sentimentos de insegurança, carência, docilidade e extrema submissão. Tal dependência deve ser levada em conta pelos proprietários antes de adotar o regime de castidade forçada em suas escrava.


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